2017: intensificar a resistência dos trabalhadores

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20161214_analise_conjuntura

Resistência. Essa é a palavra
que viemos construindo ao longo de 2016.
Um ano em que a crise econômica
avançou no Brasil e nos demais países da periferia do sistema capitalista. E
que não demorará muito para avançar nos países centrais desse mesmo sistema,
aprofundando a crise política e social no mundo e também no nosso país.

Aprofundamento
da crise
Em 2016, nesse cenário de crise
em crescimento, vimos, mais uma vez, para quem grandes empresários, banqueiros
e seus representantes políticos empurram a conta: para nós, trabalhadores.

Conta que serve para que eles possam manter e/ou aumentar suas taxas de lucro e ampliar o já grande acesso que possuem à verba estatal.

Diminuem os direitos da
maioria para aumentar o lucro e os privilégios de uma minoria.
Nada de
novo, tratando-se do capitalismo. Aliás, as crises econômicas fazem parte do
funcionamento saudável desse sistema. Ou seja, não é um conjunto de erros que
levam às crises, ao contrário, o capitalismo conta com elas para se renovar e
permanecer como forma dominante de organização da vida social.

Nesses momentos,
o discurso
oficial prega a necessidade da “união de todos para sair da crise”, de que é
preciso “o sacrifício de todos”. Porém, a realidade é bem diferente do
discurso.
Cortam os poucos direitos da grande maioria trabalhadora para
manter os privilégios dos que vivem desse trabalho.

Um exemplo claro dessa regra
desigual é o aumento da concentração de riqueza nas mãos de poucos. No início
de 2016, a
Oxfam publicou um relatório afirmando que 1% da população
mundial detém atualmente 50% da riqueza mundial, ou seja, detém o mesmo tanto
de riqueza que os outros 99% da população.

Em 2016, no ano de maior crise
nacional, o Brasil passou a ter mais 10 mil novos milionários, segundo o
relatório anual do
Credit Suisse, chegando a 172 mil brasileiros com
mais de R$3,35 milhões. Ao mesmo tempo, o país chega ao fim de ano com pelo
menos 24 milhões de brasileiros com renda anual inferior a R$834,15.

A crise serve para que os
ricos se tornem mais ricos às custas de que os pobres se tornem mais pobres.

No
Brasil, diversos governos com a mesma receita
Os 13 anos de governo federal do
Partido dos Trabalhadores (PT) foram construídos através de uma política de
pacto social, de conciliação de classes. De um lado, garantiu os lucros de
empresários e banqueiros e, do outro, aplicou políticas sociais compensatórias
mínimas, como o Bolsa Família, que atendeu milhões de trabalhadores. A diferença é
que, para o pequeno grupo de empresários, o governo Dilma abriu mão de mais de
R$100 bilhões só no ano de 2015, e, para milhões de trabalhadores, investiu não
mais que R$27 bilhões no maior programa social das gestões petistas.

A política de conciliação de
classes resumiu-se a espalhar mais migalhas do que os governos tucanos
anteriores para a parte mais pobre dos trabalhadores e garantir fatias gordas
do Estado para grandes empresários e banqueiros.

E mesmo assim, as migalhas para
a classe trabalhadora são temporárias, pois em tempos de crise, os capitalistas
exigem ainda mais ataques aos direitos dos trabalhadores.
Mesmo se dispondo
a fazer os ataques aos direitos dos trabalhadores, só que de forma mais lenta e
gradual que a tradicional direita, o PT foi descartado por aqueles a quem
abraçou para chegar e se manter no poder do Estado.

Temer assume e os ataques se
aceleram.
Com os maiores instrumentos políticos construídos pelos
trabalhadores pregando e trabalhando na linha de conciliação e aceitação por
mais de duas décadas, a burguesia encontra a classe trabalhadora desarmada e
acelera os ataques aos nossos direitos.

Temer é o representante do que há de mais podre na política brasileira, serve de testa de ferro – para
grandes empresários e banqueiros – para aplicar rapidamente as medidas
necessárias para acentuar a exploração da classe trabalhadora brasileira e
elevar as possibilidades de lucros.

Qual
a nossa saída? RESISTÊNCIA!

Nesse
ano, construímos diversos momentos para trabalhar com a categoria e com a
comunidade escolar em geral sobre os ataques aos nossos direitos como
trabalhadores. Foram diversas panfletagens, seminários, conselho de
representantes, assembleias que culminaram na paralisação do dia 25 de
novembro.

Foram cerca de dois mil profissionais do magistério que pararam nesse dia contra a aprovação da PEC do Congelamento.
Mesmo sendo muito aquém da necessidade e do que já fizemos em greves
específicas da categoria, o nosso foi o maior ato de trabalhadores contra a
aprovação dessa medida realizado em Curitiba.

Para 2017, devemos intensificar
nossa mobilização na categoria e na comunidade trabalhadora que atendemos.
Devemos também aprofundar a articulação com outras categorias de trabalhadores
para construção dessa resistência. 
O governo Temer continua acelerado
e já apresentou a proposta de desmonte da Previdência, na qual estabelece a
idade mínima de 65 anos para aposentadoria para todos os trabalhadores, entre
outros ataques.

Temos
certeza que essa também não será uma luta fácil. Mas, sabemos que sem luta
não há nenhuma possibilidade de vitória.

Que as férias coletivas sejam um
bom tempo para recarregarmos as baterias para um próximo ano. Em 2017, vamos
acentuar a nossa luta diária nos locais de trabalho, e também intensificar as
lutas gerais, cada vez mais necessárias.

Boas férias, boa volta e bora
pra luta!

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