Sob gritos de vergonha, CMS aprova terceirização das UPAs em Curitiba

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20190619saude
A gestão do prefeito Rafael Greca utilizou a força que tem
disponível para intimidar e impedir a participação dos servidores públicos e população
na reunião do Conselho Municipal de Saúde (CMS) que autorizou a ampliação da
terceirização Unidades de Pronto Atendimento (UPA) por meio de Organização
Social (OS).

Os servidores da saúde, com apoio do SISMUC, tentaram
acompanhar a reunião, mas foram impedidos pela força policial que a secretaria
colocou no edifício Laucas
, sede administrativa da Secretaria Municipal de
Saúde. Após debates, alguns servidores e membros dos sindicatos que
representam os servidores públicos municipais – SISMUC e SISMMAC – puderam
acompanhar a reunião.

Com a autorização do Conselho na reunião desta quarta-feira
(19), a secretaria dará início ao cronograma que disse já ter para contratação
da Organização Social e entregar as UPAs Boa Vista, Cajuru e Sítio Cercado para
uma empresa administrar.

Modelo

A secretária da saúde Márcia Huçulak e demais diretores da
secretaria apresentaram números que não condizem com a realidade para aprovar o
modelo adotado ano passado na UPA CIC, que ainda vai completar um ano
administrada por OS.

O modelo precariza o serviço público de saúde e as relações
de trabalho e representa a entrega de um patrimônio público para uma empresa
privada administrar, empregando novos funcionários com contratos precarizados.

A população também sai perdendo, pois na UPA CIC os
pacientes não fazem mais vários procedimentos como exame de sangue, Raio X e
não há médicos pediatras. Os médicos que atendem são sócios da OS, sem garantia
dos direitos trabalhistas.

O argumento da Prefeitura de que a UPA CIC economiza em
média R$ 500 mil por mês com custos de manutenção, também são distorcidos.
Conforme informações apresentadas na reunião pelo Sindicato dos Médicos do
Paraná (SIMEPAR) o custo mensal com médicos na UPA CIC, administrada por OS é de R$ 1,6
mi por mês, enquanto que na UPA Tatuquara, administrada pela FEAES o custo
mensal com médicos é de R$ 1,4 mi, R$ 200 mil a menos do que é gasto na OS,
onde os médicos não têm carteira assinada. Fica a pergunta: onde está a
economia?

A secretaria Huçulak também disse que com as Organizações
Sociais as UPAs terão mais segurança para os trabalhadores, numa clara
demonstração da falta de respeito e valorização com os servidores públicos
municipais que atuam nas UPAs de Curitiba e constantemente sofrem com a
violência física e verbal dos usuários, sem nenhum apoio da Prefeitura.

Reunião

A aprovação aconteceu em uma reunião tensa, onde alguns conselheiros
pediram para adiar a votação para que pudessem analisar os números e
informações apresentadas, mas a sugestão não foi acatada e a maioria aprovou a
ampliação do modelo.

O SISMUC e o SIMEPAR fizeram uso da palavra em defesa dos
servidores que serão remanejados e apresentaram documentos contestando as
justificativas da secretaria, porém o documento não chegou a ser analisado
. O
caminho agora será protocolar os documentos nos órgãos competentes afim de
impedir a precarização e entrega do patrimônio público para terceiros.

A Saúde é um direito e não mercadoria, e nossa luta é por um
modelo mais humanizado que respeite os trabalhadores e ofereça um atendimento
de qualidade
. Fique de olho nos meios de comunicação do sindicato para mais
informações sobre novas ações. Não aceitaremos calados o desmonte da saúde
pública.

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