Rotina alterada
As crianças que estudam no colégio têm entre 05 e 10 anos e, desde que o lugar foi interditado, em fevereiro deste ano, a rotina está diferente. Os 420 alunos que estudavam no edifício foram realocados para o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Jayme Canet Júnior, que fica a dois quilômetros da escola. Para chegar até o CMEI, os alunos são deixados pelos pais na antiga escola e vão de ônibus, disponibilizados pela prefeitura de Curitiba, até lá. A viagem não é tão longa, mas alguns pais relatam que como os filhos são pequenos, o caminho se torna desgastante e até mesmo perigoso.
Outros alunos permanecem na instituição, porém, em outro complexo que funciona normalmente. “Eu tenho uma filha de 5 anos que estudava aqui e foi realocada. Está precária a situação e a minha filha chega cansada por conta da viagem diária para o CMEI. Nós ficamos preocupados com esse deslocamento. Por conta disso, ela está esgotada e não tem ensino de qualidade. Não é por culpa dos professores, mas por causa da estrutura precária do lugar. Gostaríamos de saber o que será feito, se existe risco, e quando teremos uma resposta sobre esse assunto. A Constituição garante educação de qualidade, né?”, desabafou Gisele das Graças Oliveira, 44 anos, auxiliar de produção.
Além do deslocamento para outra escola, os pais reclamam que a área interditada tem paredes rachadas e comprometidas, o que pode causar um acidente com aqueles que ainda estudam na escola. Para evitar o acesso ao prédio, tapumes foram colocados pela prefeitura em volta do complexo interditado, entretanto os pais temem que o local desabe a qualquer momento. O refeitório e as salas de aula da escola ficam ao lado da área interditada.
Do lado de fora do pátio, em uma rua paralela, é possível ver a condição em que o prédio se encontra. Até mesmo alguns moradores do bairro e parentes de alunos ficam preocupados com o local. “Desde o começo do ano estamos preocupados com a situação da escola. Minha sobrinha veio de uma creche que ela era bem acolhida e agora tá desse jeito. Quanto aos professores não temos o que falar, mas a estrutura tá muito complicada”, relatou a tia de uma aluna, Ana Carla Gonçalves, 30 anos, vendedora.
Monitoramento
Além disso, a secretaria informou que acompanha o caso desde o final de fevereiro, quando foram detectadas rachaduras na estrutura da construção e o prédio foi interditado. Na época, uma equipe do departamento de obras da Secretaria Municipal realizou vistoria e tomou as providências necessárias, transferindo para outra unidade próxima 420 estudantes que realizavam atividades de contra turno naquele bloco.
No ano passado, a Secretaria Municipal da Educação informou que realizou 428 intervenções em unidades das dez regionais e que cerca de R$ 4,5 milhões nas obras foram investidos nas obras.
Fonte: Maria Luiza Piccoli, Tribuna do Paraná