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De forma inconsequente, vereadores defendem volta às aulas sem vacina

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20210510_audiencia

Vereadores
e convidados – muitos dos quais não representam nenhuma entidade –
que desconhecem a realidade das unidades escolares municipais de
Curitiba participaram de audiência pública nesta sexta-feira (7)
para defender, de forma totalmente inconsequente e irresponsável, a
volta às aulas presenciais.

Diretores
do SISMUC e do SISMMAC também participaram do encontro, mantendo a
postura firme em defesa da vida, que vem sendo defendida pelos
servidores e pelos sindicatos.


podemos pensar na volta às aulas presenciais quando os trabalhadores
da educação estiverem vacinados, as taxas de transmissão estiverem
controladas e CMEIs e escolas tiverem condições de estrutura para
garantir os protocolos sanitários necessários! Hoje, Curitiba não
tem nenhuma dessas três condições.

É
claro que os servidores da educação desejam voltar para os seus
locais de trabalho, mas não podem aceitar que isso ocorra sem
segurança. A volta às aulas de forma prematura, antes de vencermos
a pandemia é uma atitude irresponsável, como já mostrou a
tentativa frustrada da gestão Greca no início do ano letivo.
Foram ao menos 12 unidades com surto de Covid-19, 115 trabalhadores
infectados e 64 unidades com casos. E os problemas foram inúmeros:
falta de água durante um dia todo para higienização, criança que
frequentou as aulas com Covid-19 sem informar a escola, distribuição
de álcool em gel abaixo de 70% para higienização, falta de
testagem em massa para os trabalhadores, entre outros.

Encher
escolas e CMEIs com a pandemia fora de controle e sem vacina é
assumir um risco que pode custar caro. Pode custar muitas vidas
perdidas! E quem vai se responsabilizar por essas mortes que podem
ser evitadas? Serão as mesmas pessoas que fazem discursos vazios em
um encontro virtual sem conhecer de perto a realidade no chão de
escolas e CMEIs?

Durante
a audiência, houve ainda argumentos absurdos que tentaram
responsabilizar os trabalhadores da educação pelos riscos de
contágio, como se professores e demais servidores fossem os
responsáveis por levar o vírus para a escola. E mais, que não
haveria problema em um contato próximo do professor com o aluno se o
professor utilizar EPIs. Um completo absurdo! Primeiro que o uso de
equipamentos de proteção, como a máscara, não elimina a
necessidade de distanciamento social e de outras medidas relevantes
como a ventilação adequada dos ambientes. Além disso, basta olhar
para setores como a FAS, que tem atendimento direto à população,
trabalhando somente com máscaras de tecido para saber de pronto que
a Prefeitura de Curitiba não fornece os EPIs que oferecem a proteção
mais adequada aos trabalhadores.

Com
iniciativa da vereadora Amália Tortato (Novo), foi um encontro
bastante tendencioso.
A maioria dos representantes foi convidado por
já ter um posicionamento prévio de voltar às aulas presenciais,
custe o que custar.

Um
exemplo é o Ministério Público do Trabalho (MPT) que tem
acompanhado de perto a pauta e tem recomendação contrária ao
retorno presencial, mas não foi convidado para participar. O MPT
também tem uma ação civil pública contra o retorno das aulas
enquanto não forem vacinados todos os profissionais da educação,
proposta com base nas denúncias levadas ao órgão pelos sindicatos.

Todos
aqueles que usam esse espaço de debate para defender argumentos que
colocam vidas em risco precisam ser responsabilizados pelas mortes
que essa atitude pode vir a causar.
Será que os vereadores e
representantes de entidades que fazem a defesa pelo retorno neste
momento estão preparados para carregar a responsabilidade pelas
vidas perdidas?

Diante
de tantos absurdos, os servidores e as servidoras municipais não
calaram sua voz e demonstraram sua indignação no chat da
transmissão ao vivo.

A
manutenção do ensino remoto na rede municipal de Curitiba enquanto
a vacina não chega para todos os trabalhadores da educação é a
postura defendida fortemente por servidores e sindicatos porque
colocamos a vida em primeiro lugar. Unidos somos fortes!


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