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Mobilização pela redução da jornada movimenta Curitiba

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Os trabalhadores paranaenses e sindicalistas de diversas categorias atenderam à convocação da CUT e demais centrais sindicais e realizaram mobilização histórica nesta quarta-feira, 28 de maio. Foi o Dia Nacional de Lutas pela Redução da Jornada de Trabalho, Sem Redução de Salários e pela ratificação das Convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A Convenção 151 estabelece as negociações no serviço público e interessa diretamente o funcionalismo.

Bloqueio do Transporte Público
Muitas atividades foram realizadas em diversas cidades, como passeatas, protestos, atrasos na entrada de turno, entre outras, mas a principal delas ocorreu mesmo na capital. Por volta das três horas da madrugada, os militantes das centrais se concentraram em diversos pontos de Curitiba. O objetivo era atrasar a circulação dos ônibus do transporte público, com bloqueio dos veículos nos portões das garagens.

A CUT ficou responsável pela paralisação em uma das empresas. Os cutistas conseguiram impedir o tráfego dos ônibus por cerca de uma hora. Nem mesmo a tropa de choque da Polícia Militar (Rone) intimidou os manifestantes. Quando os oficiais chegaram ao local e tentaram desobstruir os portões da empresa, os trabalhadores sentaram no chão e gritavam palavras de ordem como “você aí fardado, também é explorado!”, “uh, ah, 40 horas já!” e “empresário, não arrebenta, nós queremos as 40!”.

Os policiais empurraram, chutaram e deferiram golpes de cacetete contra os trabalhadores e acabaram conseguindo liberar o trânsito antes do previsto, por volta das 6 horas. Também ocorreram registros de incidentes violentos envolvendo a tropa de choque nas paralisações em outras garagens. O pior deles foi no bloqueio da rodovia do Contorno Sul, onde os policiais avançaram com as viaturas sobre os trabalhadores, bateram com cacetetes e dispararam armas de fogo. Alguns manifestantes saíram do ato com ferimentos e outros dez foram presos e liberados logo em seguida.

Paralisação da BR-116
A ação da polícia não conteve as manifestações. Os trabalhadores ligados à CUT não ficaram acuados. Saíram da garagem de ônibus e definiram uma nova estratégia: bloquear a BR-116 próximo ao trevo da PUC (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

Com o auxílio dos carros de som, conseguiram impedir o trânsito nas duas vias da BR por cerca de 30 minutos, o suficiente para gerar um grande congestionamento, que foi aproveitado para orientar os motoristas sobre as razões do protesto e distribuir o jornal específico do Dia Nacional de Lutas. Após o bloqueio, os manifestantes saíram em carreata até o local da concentração seguinte para encontrar os trabalhadores das demais centrais.

Marcha unificada
Cada central sindical e sua militância estava com atividades em locais diferentes. Ao final dos protestos madrugueiros, todos se concentraram na Praça Afonso Botelho, na Arena da Baixada. Por volta das 10h30, cerca de dois mil trabalhadores saíram em passeata pelas ruas do centro da cidade em direção à Praça Rui Barbosa.

Com muitas faixas, bandeiras e cartazes a favor da redução da jornada de trabalho, a marcha ocupou todas as pistas das avenidas por onde passou, num trajeto de aproximadamente 1km.

O Dia Nacional de Lutas pela Redução da Jornada em Curitiba terminou às 12h30, com ato na praça Rui Barbosa. Os trabalhadores aproveitaram o grande fluxo de pessoas para coletar mais adesões ao abaixo-assinado que pede a aprovação no Congresso Nacional da Proposta de Emenda à Constituição 393/01, de autoria dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Inácio Arruda (PCdoB-CE), que prevê redução da carga horária semanal do trabalhador em 4 horas, sem redução de salários.

Dados sobre a redução da jornada
Segundo cálculo linear do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), se a jornada de trabalho for reduzida em 4 horas semanais, serão gerados cerca de 2,2 milhões de empregos em todo país. No Paraná seriam 130 mil novos postos de trabalho, sendo 40 mil somente em Curitiba e Região Metropolitana. Foi a partir desse estudo que as centrais elaboraram o mote “Reduzir a Jornada é Gerar Empregos!”.

Texto de Davi Macedo/CUT-PR, adaptado pela redação

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