Falta de insumos básicos prejudica saúde e ensino no HC

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Desde
que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) assumiu a
gestão do Hospital de Clínicas (HC) e da Maternidade Victor Ferreira do
Amaral, docentes, servidores, estudantes e a própria comunidade estão
sendo prejudicados por uma série de problemas, como a falta de insumos
básicos e medicamentos.

Nas últimas
semanas, está faltando o básico para o atendimento aos pacientes no
hospital-escola. Servidores e estudantes têm denunciado a escassez de
materiais como luvas, álcool, gazes, seringas e dispositivos apropriados
para descarte de material em diversos setores do HC.

Entre
os medicamentos, médicos denunciam que quase todos os antibióticos
acabaram e não foram repostos; outros medicamentos importantes para o
atendimento, como adrenalina para o controle da pressão, também
faltaram.

De acordo com o Sindicato
dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino
Superior no Estado do Paraná (Sinditest-PR), devido à falta de
medicamentos, o setor de transplante de medula e a Unidade de Tratamento
Intensivo (UTI) fecharam para novas internações.

É
certo que, para um diagnóstico correto, é preciso realizar exames, mas
nem isso estava sendo possível no HC. De acordo com denúncias, os
médicos foram impedidos de solicitar exames, e o laboratório foi fechado
pela falta de placas para exames de cultura de bactérias. Também
faltaram fitas para exame de glicemia, frasco para coleta de urina,
material para sondagem, entre outros.

As
mães e os recém-nascidos da maternidade também sofrem pela falta de
insumos. No fim de janeiro deste ano, chegou a faltar soro fisiológico
na maternidade.

Com o caos instalado
pela falta de suprimentos, são prejudicados tanto o atendimento à saúde
dos pacientes quanto o processo de ensino-aprendizagem, que é afretado
pela falta de condições dignas e pelo sucateamento das unidades.

“Este
é um hospital terciário, de complexidade, trabalhamos com base em
insumos e tecnologia, não tem como estabelecer um diagnóstico ou fazer
uma prática sem ter o material mínimo. Isso compromete o serviço”, conta
a médica residente do HC Beatriz Martin.

Em
resposta aos problemas durante coletiva de imprensa, o superintendente
do complexo hospitalar, Flávio Tomasich, informou ao jornal Gazeta do
Povo que a falta de insumos está ocorrendo por questões orçamentárias,
levando o hospital a buscar ajuda de parceiros. Porém, segundo o
Ministério da Saúde, todos os repasses para o HC estão em dia e
regularizados.

Antes da adesão da
Universidade Federal do Paraná (UFPR) à Ebserh, a promessa era de que os
recursos necessários para o funcionamento do Hospital seriam liberados
pelo governo federal, resolvendo os problemas do HC.

Para
a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná
(APUFPR-SSind), a entrega da gestão do HC à Ebserh só agravou ainda mais
os problemas. Questões graves, como a falta de medicamentos, estão
surgindo agora, durante a gestão da Empresa. Isso mostra que a intenção
do governo federal não era de melhorar a qualidade dos serviços, mas sim
de sucatear ainda mais e abrir as portas para a privatização da saúde e
da educação públicas.

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