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Lockdown é necessário para proteger a vida dos trabalhadores

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20200716_lockdown

No mesmo dia em que o Paraná atingiu o pico de mortes por Covid-19, com
57 óbitos registrados em 24 horas, o desgoverno Ratinho Junior suspendeu o
decreto que determinava medidas mais restritivas de combate ao novo
coronavírus.
Sob pressão de empresários e de prefeitos descomprometidos com a
vida, mostrou ignorar o impacto social da pandemia justamente no momento em
que, segundo especialistas, a população do estado tinha que estar protegida sob
lockdown para barrar o máximo possível a circulação do vírus.

O lockdown diminui o contágio da doença e reduz a pressão no Sistema
Único de Saúde (SUS), do qual depende boa parte dos trabalhadores
. Países como
a Argentina e Nova Zelândia conseguiram relativo sucesso no controle do novo
coronavírus após adotarem o bloqueio controlado. Na China, onde foi registrado
o primeiro surto mundial de Covid-19, a quarentena total impediu uma tragédia
maior. Com uma população mais que seis vezes maior que a brasileira, o país
asiático teve cerca de 4,7 mil mortes;
no Brasil, os óbitos já passam de 72 mil.

E ao contrário daqueles que dizem que a economia não pode pagar o preço
da crise da pandemia, colocar a população sob uma quarentena rígida não se
trata de escolher entre dinheiro e saúde.
Esse confronto é falso e só faz
sofrer ainda mais quem não tem condições de se proteger por conta própria,
sobretudo os mais pobres! As vidas são –
e assim têm de ser consideradas – mais importantes que a economia!

Porém, mais do que fechar o comércio e a circulação de pessoas, o
lockdown exige vontade política, algo que está em falta no Paraná. Em Curitiba
e região metropolitana, os desprefeitos preferem ceder às associações
comerciais ao invés de colocar em prática as orientações dos especialistas.
Como resultado, as contaminações e as mortes não param de crescer, e a rede
pública hospitalar está praticamente saturada.

Portas abertas para o novo caos

Dados do próprio desgoverno do Paraná mostram que a reabertura
inconsequente veio na mesma semana em que os hospitais da Grande Curitiba
chegaram a um novo caos
. Nesta quarta-feira (15), seis hospitais da capital e
região metropolitana atingiram 100% de ocupação nas UTIs para o novo
coronavírus (Cruz Vermelha, Erasto Gaertner, São Vicente Centro, Evangélico, do
Idoso e Municipal de São José dos Pinhais). Outros dois, o Hospital de Clínicas
e Hospital do Rocio, em Campo Largo, chegaram a 99% dos leitos ocupados.

Desde meados de junho, Araucária e Curitiba passaram de 150 e 1.736
contaminações, respectivamente, para perto de 1 mil e 12 mil
, algo que só
reforça o desprezo dos desgovernos desses municípios com a batalha dos
servidores da linha de frente da pandemia e com a dificuldade de outros
trabalhadores que precisam se expor ao vírus por não terem outra opção.

Em Araucária e nos demais municípios metropolitanos, um novo decreto
definido nesta quarta permite até mesmo a volta das academias. Essas
aglomerações não devem tardar para ocorrer também na capital, já que o
desgoverno Greca pretende reavaliar as poucas restrições que ainda seguem
válidas na cidade, onde também nesta quarta foram 717 novos casos de Covid-19
confirmados – o maior registro diário desde o começo da pandemia na cidade.
Curitiba já tem 300 mortos pela doença.

Além de os municípios da Grande Curitiba não terem adotado testagem em
massa e um sistema eficaz de rastreamento de casos suspeitos, ambientes
aglomerados, como os ônibus, fazem parte do dia a dia de quem não pode ficar em
casa. Com o retorno do comércio, terminais e ônibus voltam a lotar, aumentando
consideravelmente as chances de contágio. Ao trabalhador, não resta outra
escolha a não ser carregar o peso da pandemia nas costas:
se ficar em casa para se proteger, perde o dinheiro que ganha para sobreviver.

#@txt1467@#Lockdown é necessário

Não se pode ignorar que a falta de uma determinação rígida faz as
pessoas perderem o direito à proteção própria e, consequentemente, de seus
familiares. Na grande maioria das vezes, as limitações das condições
habitacionais impedem que o trabalhador que precisa sair todos os dias consiga
se isolar dentro de casa, e na rua é impossível se proteger de maneira adequada
o tempo todo.

Por isso, o lockdown tem que ser discutido, sim. E com
responsabilidade!
É preciso que os políticos deixem de pensar apenas nas
próximas eleições e passem a brigar pela vida da população, mantendo todos em
casa e com direito a uma renda mínima essencial para evitar que o
empobrecimento e a desigualdade se agravem ainda mais durante a crise.

E mesmo que o desgoverno Bolsonaro – que finge
controlar a pandemia com a cadeira de ministro da Saúde vazia há dois meses –
tente negar, permitir que as pessoas circulem lado a lado com o novo
coronavírus é mais do que equivocado: é uma decisão egoísta e mortal! O momento
agora é de parar por respeito à vida de todos, de trabalhar por informações e ações
corretas e colocar um freio nesse cenário assustador.

A flexibilização da quarentena, como disse
recentemente o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, é um crime!
E por mais que os desgovernantes do Paraná tentem justificar, todo esforço será
em vão enquanto as vidas continuarem a ser ignoradas.

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