Desvendando a terceirização: A ATMED já embolsou R$ 4 milhões

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De acordo com o relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a
ATMED
– empresa de sócio de Pier – deixou de repassar R$ 4.683.650
em pagamentos aos trabalhadores em apenas dois anos.
Isso
acontece porque no processo de contratação a ATMED cobrou por hora
de plantão de cada médico a mais do que ela pagaria para os
trabalhadores. No caso, o valor foi de R$ 131,99 por hora de
plantão. Porém, do valor total, a ATMED embolsa cerca de R$ 45,00.
Ou seja, para cada médico contratado da ATMED, a empresa fica
com o equivalente a 52% do valor que deveria ser pago aos
trabalhadores.

Como abordado em
outras matérias da série, a ATMED foi contratada de forma
quarteirizada pelo Instituto Nacional de Ciências da Saúde (INCS)
em 2019. No caso, a ATMED cobra um valor maior do INCS do que deveria
e, em vez de repassar o valor total para os trabalhadores, abocanha
uma boa parcela do dinheiro, esse tipo de prática é considerado
superfaturamento pelo TCE.

E, se em dois
anos a ATMED já conseguiu embolsar R$ 4 milhões, já imaginou o
tamanho do lucro a longo prazo ou com a ampliação da terceirização
e quarteirização? O dinheiro que a ATMED recebe poderia ir para
contratação de mais servidores, por exemplo, ou então, para a
manutenção das UPAs de forma pública.

Veja os valores
na tabela abaixo:

E de onde vem o dinheiro que paga a ATMED?

A ATMED é
contratada do INCS, que por sua vez é contratado pela Prefeitura
Municipal de Curitiba (PMC). O INCS, portanto, recebe da Prefeitura e
então paga a ATMED. Ou seja, mesmo que diretamente não seja a PMC
que pague pelos serviços prestados pela ATMED, podemos dizer que há
dinheiro público envolvido.

O valor pago
para a ATMED equivale ao total de 39% de tudo o que a Prefeitura paga
para o INCS.
Por mês, a empresa recebe mais de R$ 690 mil,
devido a um contrato com o INCS que jamais foi explicado.

ATMED pode
ter sido favorecida na contratação

O processo de
contratação emergencial proposto pelo INCS para a contratação da
ATMED foi pouquíssimo divulgado e seu acesso foi dificultado ao
máximo, fazendo com que a ATMED fosse a única participante.

Além disso,
devido ao contrato emergencial o INCS não apresentou referências de
preços e nem detalhamento dos serviços que seriam prestados pela
ATMED. O valor do contrato é milionário e mesmo assim, nenhuma
justificativa sobre a contratação da empresa foi apresentada.

Nas palavras dos
técnicos do TCE, a contratação apresentaria indícios de
direcionamento. Afinal de contas, não existe justificativa para a
contratação da ATMED. O INCS foi contratado pela Prefeitura
justamente para realizar todo o trabalho. E se não havia capacidade
porque então a administração contratou essa empresa?

O INCS já tem
indícios de favorecimento no processo de licitação com a gestão
Greca como você
pode ver aqui
. E agora, a ATMED também mostra
possível favorecimento no processo de contratação emergencial por
parte do INCS. Uma mão lava a outra.

É preciso
responsabilizar o Estado e a burguesia envolvida!

A ATMED deixou de
apresentar ao município os valores pagos aos trabalhadores durante a
prestação de serviços da empresa. Sem a fiscalização adequada
fica bem mais fácil para a empresa embolsar os R$ 4 milhões, não é
mesmo? De acordo com o relatório do TCE a Prefeitura também errou
quando deixou de nomear pessoas que tenham capacidade
para realizar essa fiscalização como deveria, ou seja, ambas as
partes atuaram juntas.

Será que essa
falta de fiscalização foi sem nenhum propósito? E, se isso
aconteceu com a ATMED, quem garante que não acontecerá em todas as
outras empresas que prestam serviço para a atual gestão?

Greca falta
com a verdade, sucateia e favorece constantemente a iniciativa
privada!
O fracasso do processo de terceirização em Curitiba –
e em todo o Brasil – deixa claro que o que os governantes querem é
deixar o empresariado feliz e cada vez mais rico!

O esquema da
ATMED não para por aí, Thiago Madureira e Gustavo Volpato usam
sócios minoritários para esconder os esquemas da empresa. Você
pode ver mais sobre isso na segunda-feira (17), em mais uma parte da
série “Desvendando a Terceirização”.

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