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Relato de servidores da educação mostra realidade do trabalho remoto

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Os
trabalhadores da educação lutam para que as aulas presenciais
retornem só com vacina.
Essa é uma defesa de quem coloca a vida dos
trabalhadores e dos estudantes e familiares em primeiro lugar e sabe
os riscos que as atividades presenciais representam.

Por
outro lado, isso não significa que o último ano de trabalho remoto
não tenha sido cansativo e desgastante para professores, auxiliares
de serviços escolares, assistentes administrativos e assistentes
pedagógicos. Afinal de contas, essas trabalhadoras e trabalhadores
se mantiveram em atividade, tendo que se reinventar e aprender um
novo modo de trabalho sem apoio da gestã
o. Cada trabalhador correu
atrás para aprender e fazer acontecer este novo modelo de educação,
trabalhando muitas vezes mais do que se estivessem nas escolas ou
CMEIs. E ainda sem ter o contato direto com as crianças para
acompanhar seu aprendizado.

Conversamos
com trabalhadores da educação para entender como tem sido suas
rotinas e porque eles defendem a volta às aulas só com vacina.

Sobrecarga
de trabalho

A
mudança repentina do chão da escola e CMEIs para o ambiente virtual
exigiu muita dedicação dos trabalhadores da educação para se
adaptar a essa nova realidade. Com a nova forma de atuação, os
servidores relatam o desgaste físico e emocional. “Passo o dia
todo praticamente na frente do computador, além de ter que buscar
atividades para as crianças realizarem em casa, com materiais
alternativos”, relata uma professora da educação infantil.

Para
quem enfrentava já um processo de adoecimento ocasionado pela
sobrecarga e falta de condições de trabalho antes da pandemia, a
situação só se agravou, principalmente pela falta de cooperação
por parte da Secretaria Municipal de Educação (SME) com os
trabalhadores. “A maior dificuldade que percebi foi a pouca
articulação da SME no diálogo com as pedagogas. Ações
deliberadas de forma unilateral, sem debate com a base. Simplesmente
cumpra-se. Fiquei muitas vezes com crise de ansiedade e bateu
desespero de querer fazer algo mais e não ter condições para ir
mais além do que estava posto
”, relata uma pedagoga que trabalha
com educação infantil integral.

Os
ataques que as trabalhadoras e trabalhadores da educação sofreram
nos últimos tempos por parte de governantes e até de uma parcela da
comunidade, de que elas estão em casa recebendo seus salários sem
trabalhar está muito distante da realidade. A verdade é que a
categoria foi afetada com o ambiente de trabalho invadindo o espaço
doméstico.

As
mulheres relatam ter sentido um impacto ainda maior
, com carga de
trabalho muitas vezes triplicada, acumulando além do trabalho as
tarefas domésticas e o cuidado com os filhos – atividades que
geralmente ficam sob responsabilidades das mulheres.

Trabalho
remoto ainda é a melhor alternativa

Mesmo
com uma experiência de um ano letivo muito complicado e cansativo,
as trabalhadoras e os trabalhadores têm muito clara a noção de que
a volta às aulas só será segura quando a vacina chegar a esse
grupo.

A
exposição nas atividades presenciais é grande porque são muitas
pessoas que circulam
, vai e vem de alunos e pais que vêm conversar
com a equipe. E mesmo que reduza o fluxo de pessoas, ainda assim, não
há garantia de que não haverá infecção”, avalia uma servidora.

Além
da grande circulação de pessoas nas escolas e CMEIs, o trabalho na
educação, de modo geral, acarreta um contato mais próximo. É
preciso considerar que crianças, especialmente da educação
infantil e séries iniciais, possuem uma dependência das professoras
e demais trabalhadoras nas suas atividades rotineiras. No berçário,
não há como manter o distanciamento por causa do contato necessário
no cuidado dos bebês. Além disso, as crianças menores ainda não
têm maturidade para serem responsabilizadas pelo uso correto da
máscara.

Para
além dos riscos envolvendo as escolas e CMEIs que não têm sequer
condições estruturais para seguir os protocolos sanitários, o
próprio deslocamento de alunos e trabalhadores gera preocupação.
Os ônibus lotados têm sido uma triste marca de Curitiba na
pandemia. Após auditorias, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná
(TCE-PR) apontou os ônibus como o segundo espaço que mais gera
riscos de contaminação pela Covid-19 em Curitiba, atrás apenas dos
hospitais.

Cobrança
pela vacina

Diante
dos riscos das atividades presenciais somada ao colapso do sistema de
saúde, fica claro que não é hora nem de pensar em retomar as aulas
presenciais. Manter o ensino remoto é também uma forma de
solidariedade aos trabalhadores da linha de frente, pois essa é a
forma dos trabalhadores da educação contribuírem para a redução
da taxa de contágio.

#@txt1732@# O
retorno só será possível com a vacina e a agilidade nesse processo
de vacinação é a defesa dos trabalhadores. “A minha primeira
expectativa é que a vacina venha logo”, aponta uma auxiliar de
serviços escolares.


imunizados, os trabalhadores poderão fazer o que mais desejam:
voltar para as escolas e CMEIs. “O que sinto mais falta é de
estar com os alunos, poder ouvir e auxiliar, escutar as histórias
que os alunos às vezes não contam coisas que nem contam nem para os
pais. Todos nós trabalhadores da educação temos parte nessa
integração para um bem comum que é do aluno. Isso é muito
importante para mim, poder ver os alunos sorrindo e sendo amáveis
com a gente”, complementa a auxiliar de serviços escolares.

Para
a professora de educação infantil, o que mais faz falta é “O
contato com as pessoas, olho no olho. As mensagens não têm a magia
do tom da conversa, da explicação, da cordialidade e do humanismo”.

Por
isso, os trabalhadores da educação seguem firmes na luta para que a
as aulas presenciais estejam suspensas enquanto não houver vacina,
para segurança dos profissionais e ainda da comunidade escolar e
para que a educação seja prioridade no plano de imunização.

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