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Prefeitura espera o colapso para decretar a bandeira vermelha

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20210528_vermelha

Nesta
sexta (28), a Prefeitura de Curitiba decretou a bandeira vermelha,
com medidas mais restritivas de combate à covid-19. A medida vem
depois de muitos anúncios e avisos feitos pela secretária de saúde,
Márcia Huçulak, mas chega com atraso, quando o caos e o cenário de
guerra nas unidades de saúde já eram inevitáveis.

O
colapso do sistema de saúde de Curitiba já era fato consumado dias
atrás.
Com a aceleração das taxas de contágio e medidas pouco
efetivas de controle, o resultado já era conhecido: uma avalanche de
casos nas unidades de saúde, que levariam à lotação de UPAS e
hospitais, terminando, infelizmente, em crescimento do número de
mortes.

Dez
dias atrás, os sindicatos já denunciavam que
a demora da Prefeitura de Curitiba para agir e decretar a bandeira
vermelha custaria vidas.
Mesmo com todos os dados apontando que o
colapso era inevitável – ou seja, que muitas pessoas viriam a
morrer vítimas de Covid-19 sem ter acesso aos recursos de saúde
necessários para que tenha chances de sobreviver à infecção.

Mas,
mesmo assim o desgoverno Greca manteve sua péssima gestão na
pandemia e demorou a agir. A falta de planejamento e organização da
gestão resulta em prejuízos tanto para a população que precisa do
atendimento de saúde, quanto para os trabalhadores que mantém o
sistema municipal de saúde em funcionamento, mesmo com a falta de
estrutura, com a equipe reduzida e falta de valorização. As
unidades básicas de saúde voltam a funcionar como mini UPAs, mas
sem condições de estrutura, equipamentos, nem treinamento para
isso.

Infelizmente,
a situação ainda vai piorar nos próximos dias, como mostra a
experiência anterior.
Curitiba esteve sob bandeira vermelha entre 13
de março e 5 de abril. Na
época, a confirmação diária de novos casos passava de 1.200 e a
cidade tinha 12.365 casos ativos confirmados.Somente após
três semanas da adoção de medidas mais restritivas é que foi
possível visualizar uma redução significativa no
númerode
novos casos diários:no dia 6 de abril foram registrados 695
novos casos, quase metade do que era registrado no início da
bandeira vermelha.

Os
dados recentes mostram que a restrição de circulação de pessoas e
de funcionamento de atividades não essenciais é eficiente para
desacelerar o vírus, mas os resultados não são imediatos. Se o
decreto restritivo tivesse sido publish dez dias atrás, hoje
estaríamos observando uma estabilização dos casos e posterior
redução. Quantas vidas mais vão custar esse atraso?

Subnotificação
mascara a realidade

Outro
problema gravíssimo no controle da pandemia é a subnotificação,
reflexo da quantidade insuficiente de testes. Sem testar toda a
população, fica mais fácil mascarar a realidade e manter o
funcionamento quase normal das atividades da cidade. Mas é nos
leitos de hospitais e UPAs que a realidade dá as caras e comprova
que a situação é muito mais grave do que Greca e Huçulak deixam
transparecer.

Dados
divulgados pelo farol Covid em 7 de maio mostravam que a cada 10
pessoas infectadas na regional de saúde de Curitiba, oito não eram
diagnosticadas!
Se a estimativa é de que apenas 20% dos casos são
testados e confirmados, então o número real de casos ativos com
possibilidade de transmissão é muito maior do que o divulgado pela
Prefeitura. A estimativa de casos ativos para a primeira semana de
maio era de 19.015, muito acima dos 6.906 casos ativos divulgados no
boletim diário da Prefeitura de Curitiba.

A
subnotificação dificulta e muito o controle da doença,
afinal sem
o rastreamento dos casos não há como garantir o isolamento adequado
dos infectados para reduzir a transmissão. De acordo com uma
pesquisa da UFPR, cada ônibus biarticulado, por exemplo, tem três
positivos sem sintomas transmitindo o vírus.

Ou
seja, 1,5% das pessoas testadas, mesmo sem sintomas, estava infectada
com o coronavírus, cenário que preocupa devido ao potencial de
propagação da infecção por pessoas contaminadas, mas
assintomáticas, que não são isoladas. O dado divulgado pelo jornal
Plural é resultado de uma testagem em massa promovido pela
universidade, que realizou cerca de 25 mil testes RT-PCR para
covid-19 em alunos, servidores e trabalhadores terceirizados da UFPR,
UTFPR e coabitantes.

Para
diminuir a subnotificação a única saída seria a realização de
testagem em massa, medida que não foi adotada pela gestão de
Curitiba em nenhum momento.

Desgoverno
genocida

As
medidas fracassadas da gestão municipal de controle da pandemia são
agravadas pela postura do governo federal diante da grave crise
sanitária e econômica que assola o país. Bolsonaro e seus apoiados
seguem o seu discurso negacionista, contra o isolamento social e a
favor da cloroquina. Diariamente, o presidente genocida e sua turma
produzem mais provas de que os números assustadores de mortes no
país não acontecem por acaso, faz parte de um projeto de matança
dos trabalhadores.

Não
é à toa que o governo rejeitou a vacina, promove aglomerações e
oferece às famílias trabalhadoras um auxílio emergencial que não
é capaz de colocar comida na mesa das famílias trabalhadoras que
passam por dificuldades neste momento.

Como
se não bastasse, nesta quinta-feira (27) Bolsonaro entrou com uma
ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra estados e
municípios que decretaram o lockdown e o toque de recolher. Essa já
é a segunda vez que o genocida recorre ao STF para tentar coibir
ações que podem salvar vidas.

Por
isso, o clamor da classe trabalhadora é um só: Fora, Bolsonaro!

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