Vacina infantil contra Covid-19: fatos ou fakes

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Estamos há mais de dois anos enfrentando
um vírus que levou à morte quase 6 milhões de pessoas em todo o mundo, entre
elas, crianças e adolescentes. Cientistas, pesquisadores, governos, universidades
e diversas instituições correram contra o tempo em busca de medidas para conter
a letalidade provocada pela Covid-19, doença provocada pelo novo Coronavírus.
Porém, infelizmente, na contramão desta mobilização pela vida, enfrentamos outro
mal: as fake news (em português: notícias falsas), principalmente sobre as
vacinas.

Ouvimos de tudo: que as vacinas
implantariam um chip nas pessoas, que matariam crianças ou até mesmo que deixariam
sequelas a longo prazo em nossos filhos. Toda e qualquer notícia, para ser
verdade, precisa estar acompanhada de fontes e dados científicos. Cabe a nós
checarmos em veículos de comunicação de credibilidade se as notícias recebidas
procedem e se são validadas por cientistas, especialistas e outros
profissionais renomados.

A verdade é que a diminuição do número de
mortes por Covid-19 só aconteceu no Brasil e no mundo com o avanço da
vacinação. Vacinas salvam vidas!

Por isso, o Sismmac lançou a Campanha Criança Vacinada. Futuro Protegido,
para contribuir com informação e esclarecimentos sobre a importância e a
necessidade das vacinas contra a Covid-19.

Listamos abaixo algumas fake news que
circulam desde o ano passado, principalmente em grupos de WhatsApp e nas redes
sociais, e esclarecemos a partir de fontes científicas:

Confira:

“As
vacinas são experimentais”. FAKE
.

As vacinas disponíveis no Brasil foram
aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após o
cumprimento de todos os critérios necessários para que um imunizante seja
autorizado no nosso país. Esses estudos são compostos de diversas etapas que
obedecem a regras rígidas de agências reguladoras.

Em outubro de 2021, estudos de fase I, II e
III mostraram que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de
infecções em crianças de 5 a 11 anos. Foram esses testes que atestaram que a
vacina não é “experimental”, mas segura para as crianças. A principal
pesquisa mostrou que a resposta de anticorpos neutralizantes foi similar às observadas
em adolescentes e adultos de 16 a 25 anos.

“As
vacinas ficaram prontas muito rápido”.

VERDADE.

Isso porque o Coronavírus já era estudado há
anos (existem 7 tipos conhecidos). Bem antes da Covid-19 surgir, muita coisa já
acontecia nos bastidores da ciência – incluindo o estudo de vacinas para doenças
causadas pelos outros tipos de Coronavírus, como a síndrome respiratória do
Oriente Médio (Mers)

Devido a um contexto inédito de emergência em
escala mundial, esses estudos já adiantados se somaram aos avanços científicos
que temos hoje, bem diferente de contextos passados. Pela primeira vez, uma
capacidade tecnológica muito avançada se somou ao esforço coletivo de vários
segmentos por todo o planeta para combater uma doença tão mortal, de fácil
transmissão e sem tratamento conhecido. Isso garantiu a produção de vacinas em
tempo recorde.

“Meu
filho pode morrer ao tomar a vacina?” FAKE
.

Ao final de janeiro deste ano, mais de 8
milhões de crianças haviam sido vacinadas em todo o mundo, muitas já com a
segunda dose, e nenhuma morte foi notificada. Assim como qualquer outro fármaco
ou vacina, o que pode ocorrer são efeitos colaterais como dor no braço, febre,
mal-estar.

“Milhares de crianças vacinadas tiveram
miocardite (inflamação no músculo do coração)”.
FAKE.

Nos Estados Unidos, um dos países onde a
imunização infantil está mais avançada (10 milhões de doses aplicadas),
ocorreram pouquíssimos casos de miocardites, que foram de evoluções rápidas e
reversíveis. Especialistas explicam que a incidência da inflamação no coração é
16 vezes maior pela infecção pelo novo Coronavírus do que pela imunização. Entre
3 de novembro e o começo de janeiro, foram confirmados apenas 11 casos de
miocardite entre crianças norte-americanas de 5 a 11 anos.

“A
vacina não tem eficácia e não é segura”. FAKE
.

Primeiro, é importante dizer que, com o
avanço da vacinação, temos visto cair significativamente o número de mortes por
covid-19 no Brasil. Não temos óbitos gerados pela vacina, nem em crianças nem
em adultos.

Outro fator importante é evitar a transmissão
da covid-19 que pode trazer sequelas graves. O Centro de Controle e Prevenção
de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, também fez um alerta recente sobre os
efeitos prolongados da Covid-19 no público infanto-juvenil. O órgão afirma que
a doença se relaciona a um risco duas vezes maior de desenvolvimento de
diabetes e miocardite em crianças.

Os efeitos agudos graves da doença em
crianças, embora ocorram em menor proporção do que em adultos, também
preocupam. A taxa de mortalidade brasileira pela síndrome inflamatória
multissistêmica pediátrica (SIM-P), que é uma doença decorrente da infecção
pelo novo Coronavírus, está em 6%, quatro vezes superior à registrada pelos
Estados Unidos.

Nenhuma vacina atingiu ainda 100% de eficácia
para impedir a contaminação. Mas a redução das mortes e dos internamentos com
gravidade são prova de que elas funcionam.

“Crianças não
transmitem o vírus”. FAKE
.

Segundo um estudo produzido por pesquisadores da universidade de
Harvard (uma das mais renomadas do mundo) e de outras instituições
estadunidenses, bebês, crianças e adolescentes têm a mesma capacidade dos
adultos para transmitir o vírus causador da Covid-19. Isso acontece mesmo com a
gravidade da doença sendo, em média, menor no caso dessas faixas etárias em
comparação aos adultos.

Um estudo com pessoas infectadas com Covid-19 com
idades entre 2 semanas e 21 anos mostrou que a maioria teve sintomas leves, mas
33% precisaram de hospitalização e 16% de oxigênio ou suporte respiratório.
Atualmente, no Brasil, as UTIs pediátricas têm registrado um aumento crescente
de internações de crianças contaminadas pela variante Ômicron.

O que acontece é que o organismo das crianças tem
uma resposta diferente ao vírus, e elas são muito mais assintomáticas do que os
adultos. Mas se estiveram doentes, podem transmitir para pessoas mais sensíveis
e menos imunes.

“A vacina pode trazer sequelas
a longo prazo”. FAKE.

São as doenças
que podem causar consequências a longo prazo. A grande maioria dos
eventuaisefeitos colaterais dos
imunizantes ocorre já nos primeiros dias (ou semanas) após a vacinação e são,
de forma geral, muito leves. Além disso, antes de ser liberada para aplicação
na população, uma vacina passa por uma longa bateria de testes até que se tenha
certeza absoluta de que ela é segura e vai cumprir seu papel com eficiência.

Quem gera
sequelas a longo prazo é a doença, com índices consideráveis de problemas
respiratórios, cardíacos, pulmonares, cerebrais, motores, entre outros.

“É melhor
ser imunizado pela doença do que pela vacina”.
FAKE.

Os riscos de não vacinar e sofrer complicações graves por causa da
doença são muito altos. A ideia de “imunização de rebanho” (quando a maioria da
população não toma vacina e fica doente), adotada pelo Governo Federal e por
setores negacionistas, não funcionou para uma doença com taxa de mortalidade tão
alta e contágio extremamente veloz. Essa decisão causou centenas de milhares
mortes desnecessárias no Brasil.

A chance de uma doença evoluir e levar a internações hospitalares e
comprometimentos agudos é reduzida significativamente pela imunização. Em
alguns lugares do Brasil, entre janeiro e fevereiro deste ano, cerca de 90% das
mortes foram de pessoas sem vacina ou sem o esquema de vacinação completo (ao
menos duas doses ou a de dose única).

“Vacina contra a Covid-19 altera o DNA”. FAKE.

Vacinas são aplicadas no Brasil há quase
200 anos e nunca houve registros de alteração do DNA em ninguém. Hoje, as
vacinasmais aplicadas contraa Covid-19 usam o RNA mensageiro sintético, que auxilia o sistema imunológico do indivíduo a gerar
anticorpos contra ovírus.O RNA e o DNA são duas estruturas diferentes que estão em lugares
diferentes na célula.

“Pessoas estão ganhando dinheiro espalhando pânico sobre vacinas”.
VERDADE.

Antes das vacinas contra a Covid-19 começarem
a ser massivamente aplicadas (passo fundamental para reduzir a quantidade de
mortes), indústrias farmacêuticas que vendiam remédios dos chamados “kits
covid”, que comprovadamente não funcionam contra a Covid-19, tiveram seus
faturamentos multiplicados. Em 2019 (antes da pandemia), a venda demedicamentos como cloroquina, ivermectina, nitazoxanida,
azitromicina e vitamina D, que eram usadas para outros fins (principalmente veterinários),
renderam cerca deR$ 180 milhões para seus
fabricantes. Depois que o presidente Bolsonaro, membros de seu governo,
políticos, apoiadores, youtubers, “influencers” e médicos, entre outros, passaram
a fazer propaganda desses medicamentos, o faturamento de 7 dessas indústrias
atingiu mais de R$ 1 bilhão, segundo documentos enviados por elas para a CPI da
Covid-19. Outras 3 empresas, que também faturaram muito com isso tudo, não
apresentaram os dados. Entre os donos dessas empresas estão alguns apoiadores
do presidente Bolsonaro. Uma investigação mostrou que uma pseudo-organização
médica, que gastou muito dinheiro em propagandas em outdoors, jornais e
revistas para incentivar o uso desses medicamentos, era financiada por uma das
indústrias produtoras de ivermectina. Uma sócia de uma dessas indústrias (cujo
faturamento pulou de R$ 15,7 milhões para $ 470 milhões), chegou a sacar ao
menos R$ 937 mil em dinheiro vivo, em transações consideradas suspeitas pelas
autoridades, já que esse tipo de situação acontece, geralmente, quando se há
intenção de esconder os destinatários do dinheiro. Mesmo com a eficácia da
vacinação, membros do governo e seus apoiadores continuam insistindo nas
mentiras sobre as vacinas e fazendo propaganda daqueles medicamentos ineficazes.

Essas são apenas algumas das muitas mentiras que
determinados setores continuam espalhando sobre as vacinas. Por isso,
recomendamos que todas as informações sejam averiguadas, com pesquisas nos
meios de comunicação confiáveis (sites e blogs extremistas não contam, ok?),
depoimentos de cientistas e pesquisadores renomados. As fake news sobre a
Covid-19 e sobre as vacinas são responsáveis pelas mortes de milhares de
brasileiros. Isso precisa parar, e cabe a todos nós essa responsabilidade.

Vacine-se e leve seus filhos e todos os membros da sua
família que estiveram aptos a se vacinar. É um ato de amor, de solidariedade e
de humanidade. A comunidade escolar e toda a sociedade agradecem.

Fonte: SISMMAC

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